Expressão alélica das mutações em PIK3CA tem valor prognóstico em cancro da mama

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Expressão alélica das mutações em PIK3CA tem valor prognóstico em cancro da mama

Terça, 14.06.2022

Estamos na era de "personalizar" os tratamentos do cancro, o que só poderá acontecer se compreendermos melhor o modo como os tumores se desenvolvem e comportam durante a terapêutica. Seguindo esta linha de raciocínio, um grupo de investigadores, liderado por Ana Teresa Maia, docente da UAlg e investigadora do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS), acaba de publicar um artigo na revista "npj Breast Cancer" que identifica um novo biomarcador para prognóstico em pacientes com cancro da mama. Este biomarcador está associado às mutações mais comuns do cancro da mama e poderá ajudar a identificar o tratamento mais adequado para cada paciente. A investigadora Ana Teresa Maia refere: “Neste trabalho olhámos para o gene PIK3CA, que é o mais frequentemente mutado em tumores da mama, e tentámos perceber a sua importância clínica, que até agora era bastante elusiva”. Os investigadores descobriram que quando avaliam estas mutações de modo diferente do que é feito atualmente elas têm um carácter clínico importante, sendo indicadoras do prognóstico de cada paciente. “É como se olhássemos a mesma coisa, mas com óculos diferentes”, refere a investigadora. Ana Teresa Maia explica ainda: “Das várias moléculas que existem numa célula, o ADN contém a informação básica acerca do funcionamento celular, incluindo as mutações responsáveis pelos tumores. Mas o ARN revela a expressão dessa informação, ou seja, representa a forma como a informação é lida. Foi ao olhar para o ARN de tumores de diversos centros clínicos que identificámos uma relação entre a expressão das mutações e a probabilidade de sobrevivência destas pacientes, as características clínicas e moleculares dos tumores, assim como os mecanismos que pensamos estar subjacentes a estas associações.” Este trabalho contou com a colaboração de parceiros da University of Cambridge e do Netherlands Cancer Institute, entre outros.


Lizelle Correia1*, Ramiro Magno2*, Joana M. Xavier2 , Bernardo P. de Almeida1, Isabel Duarte2 , Filipa Esteves1,3, Marinella Ghezzo2 , Matthew Eldridge4 , Chong Sun5, Astrid Bosma5 , Lorenza Mittempergher5 , Ana Marreiros1, Rene Bernards5 , Carlos Caldas4,6,7, Suet-Feung Chin 4,6 and Ana-Teresa Maia 1,2

* Equal contribution

1 Faculty of Medicine and Biomedical Sciences (FMCB), Universidade do Algarve, Faro, Portugal.

2 Center for Research in Health Technologies and Information Systems (CINTESIS), Universidade do Algarve, Faro, Portugal.

3 ProRegeM-PhD Program in Mechanisms of Disease and Regenerative Medicine, Universidade do Algarve, Faro, Portugal.

4 Cancer Research UK Cambridge Institute, Li Ka Shing Centre, University of Cambridge, Robinson Way, Cambridge, UK.

5 Division of Molecular Carcinogenesis, The Netherlands Cancer Institute, Amsterdam, The Netherlands.

6 Department of Oncology, University of Cambridge, Cambridge, UK.

7 Cancer Research UK Cambridge Cancer Centre, Cambridge, UK.


PIK3CA mutations are the most common in breast cancer, particularly in the estrogen receptor-positive cohort, but the benefit of PI3K inhibitors has had limited success compared with approaches targeting other less common mutations. We found a frequent allelic expression imbalance between the missense mutant and wild-type PIK3CA alleles in breast tumors from the METABRIC (70.2%) and the TCGA (60.1%) projects. When considering the mechanisms controlling allelic expression, 27.7% and 11.8% of tumors showed imbalance due to regulatory variants in cis, in the two studies respectively. Furthermore, preferential expression of the mutant allele due to cis-regulatory variation is associated with poor prognosis in the METABRIC tumors (P = 0.031). Interestingly, ER−, PR−, and HER2+ tumors showed significant preferential expression of the mutated allele in both datasets. Our work provides compelling evidence to support the clinical utility of PIK3CA allelic expression in breast cancer in identifying patients of poorer prognosis, and those with low expression of the mutated allele, who will unlikely benefit from PI3K inhibitors. Furthermore, our work proposes a model of differential regulation of a critical cancer-promoting gene in breast cancer.

npj Breast Cancer

https://www.nature.com/articles/s41523-022-00435-9