Uma nova esperança para o tratamento de pacientes com cancro do colo do útero: Inibidores específicos para proteínas HER demonstraram ser muito eficazes na redução da agressividade

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Uma nova esperança para o tratamento de pacientes com cancro do colo do útero: Inibidores específicos para proteínas HER demonstraram ser muito eficazes na redução da agressividade

Quinta, 26.01.2017

A equipa liderada por Olga Martinho e Rui Manuel Reis, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Universidade do Minho, em colaboração com várias instituições brasileiras, focou este estudo na procura de novas e melhores abordagens terapêuticas para o cancro do colo do útero.

Sabe-se atualmente que a infeção persistente pelo HPV por si só não é suficiente para o desenvolvimento do cancro do colo do útero, o que requer alterações moleculares adicionais para a progressão do tumor e metástases que conduzam em última instância a uma doença letal. Assim, e para além da quimioterapia convencional citotóxica, não há terapias moleculares dirigidas, aquelas diminuem os efeitos citotóxicos das terapias convencionais, aprovadas para o tratamento de pacientes com cancro do colo do útero.

Neste estudo, realizamos pela primeira vez uma análise ampla das alterações moleculares presentes nas proteínas da família HER em cancro do colo do útero, onde descrevemos que a proteína HER2 especificamente, constituiu um biomarcador de prognóstico independente para estas pacientes. Sendo o HER2 também um importante alvo terapêutico para o tratamento de pacientes com cancro da mama por exemplo, neste estudo, demonstramos ainda que os inibidores específicos para esta proteína são também extremamente eficazes na redução da agressividade e progressão tumoral de modelos de cancro do colo do útero. Adicionalmente, antecipamos um dos potenciais mecanismos de resistência a terapias anti-HER2 neste tipo tumoral, e propusemos assim o uso combinado destes fármacos com bloqueadores do consumo de glucose para contornar o desenvolvimento de uma putativa resistência a terapias dirigidas a HER2 em cancro do colo do útero, e assim potenciar a sua eficácia.

 

Autores e afiliações:
Olga Martinho1,2,3*, Renato Silva-Oliveira3, Fernanda P. Cury3, Ana Martins Barbosa1,2, Sara Granja1,2, Adriane Feijó Evangelista3, Fábio Marques4, Vera Miranda-Gonçalves1,2, Diana Cardoso-Carneiro1,2, Flávia E. de Paula3, Maicon Zanon3, Cristovam Scapulatempo-Neto3, Marise A.R. Moreira4, Fátima Baltazar1,2, Adhemar Longatto-Filho1,2,3,5, Rui Manuel Reis1,2,3
 

1 Life and Health Sciences Research Institute (ICVS), School of Medicine, University of Minho, Braga, Portugal;

2 ICVS/3B’s - PT Government Associate Laboratory, Braga/Guimarães, Portugal;

3 Molecular Oncology Research Center (CPOM), Barretos Cancer Hospital, Barretos, São Paulo, Brazil;

4 Department of Pathology of the School of Medicine of the Federal University of Goiás, Brazil;

5 Laboratory of Medical Investigation (LIM) 14, Faculty of Medicine, São Paulo State University, Brazil.

 

Abstract:

Persistent HPV infection alone is not sufficient for cervical cancer development, which requires additional molecular alterations for tumor progression and metastasis ultimately leading to a lethal disease. In this study, we performed a comprehensive analysis of HER family receptor alterations in cervical adenocarcinoma. We detected overexpression of HER protein, mainly HER2, which was an independent prognostic marker for these patients. By using in vitro and in vivo approaches, we provided evidence that HER inhibitors, allitinib and lapatinib, were effective in reducing cervical cancer aggressiveness. Furthermore, combination of these drugs with glucose uptake blockers could overcome the putative HIF1-α-mediated resistance to HER-targeted therapies. Thus, we propose that the use of HER inhibitors in association with glycolysis blockers can be a potentially effective treatment option for HER-positive cervical cancer patients.

 

Revista: Theranostics

 

Link: http://www.thno.org/v07p0717.htm