Associação Portuguesa de Investigação em Cancro
Estado físico do DNA do HPV 18 como potencial marcador para o cancro do colo do útero
Estado físico do DNA do HPV 18 como potencial marcador para o cancro do colo do útero

No decorrer do desenvolvimento da tese de Doutoramento em Biologia em estratégias de prevenção e estudo de potenciais marcadores para o desenvolvimento do cancro do colo do útero, realizada no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P. em Lisboa, Ana Gradíssimo recolheu dados que sugerem que a determinação do estado físico do DNA do Vírus do Papiloma Humano (HPV) poderá ser um importante marcador de progressão e/ou desenvolvimento de lesões pré-malignas desta neoplasia. Sendo uma infeção sexualmente transmissível que afeta muitas mulheres em Portugal, torna-se importante identificar atempadamente as mulheres em risco de desenvolver cancro do colo do útero sem recurso a técnicas invasivas e desta forma, melhorar os cuidados de saúde prestados à mulher. Neste estudo, foi possível verificar que para um dos genótipos incluídos na vacina, o genótipo HPV 18, frequentemente associado ao desenvolvimento de adenocarcinomas do colo do útero, a determinação do estado físico do DNA viral permitirá destacar as infeções clinicamente relevantes das infeções transitórias, auxiliando o seguimento destas mulheres. A presença de formas virais lineares está associada a um maior risco de progressão das lesões epiteliais do colo do útero, e como tal esta metodologia poderá ser considerada como um potencial marcador de prognóstico para este tipo de cancro.
Autores e afiliações:
Ana Gradíssimo1, Cândida Delgado2, Nuno Verdasca1, Ângela Pista3.
1 Unidade de Referência para as Infeções Sexualmente Transmissíveis; Departamento de Doenças Infecciosas, INSA.
2 Departamento de Bioinformática e Biologia Computacional, ITQB-UNL.
3 Departamento de Doenças Infeciosas, INSA.
Abstract:
The aim of this work was to assess the value of the physical status of human papillomavirus (HPV) DNA as a disease marker for cervical cancer development in a set of 248 DNA samples previously genotyped as HPV 16 or 18, by calculating E2/E6 ratio through real-time PCR. There was a significant difference in integration status according to disease grade for both genotypes (p<0.001). Furthermore, especially for HPV 18, determining the DNA physical status could be a useful biomarker in predicting cervical cancer risk development, with a lower E2/E6 ratio clinically associated with the development of a precancerous lesion.
Revista:
Clin Microbiol Inf 2013 May 9
Link:
http://dx.doi.org/10.1111/1469-0691.12233 [Epub ahead of print].