Resposta Humoral ao Reforço da Vacina SARS-CoV-2 em Doentes Oncológicos: Um estudo de um Centro Oncológico do Sul da Europa

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Resposta Humoral ao Reforço da Vacina SARS-CoV-2 em Doentes Oncológicos: Um estudo de um Centro Oncológico do Sul da Europa

Segunda, 16.12.2024

Investigadores do Grupo de Oncologia Molecular e Patologia Viral (GOMPV) do Centro de Investigação do IPO-Porto (CI-IPOP), em colaboração com investigadores dos Departamentos de Oncologia Médica, Onco-Hematologia e Saúde Ocupacional do IPO-Porto, realizaram um estudo sobre a resposta imunológica dos doentes oncológicos ao reforço da vacinação contra o SARS-CoV-2. O projeto focou-se no estudo da imunidade humoral ao longo do tempo em doentes que estavam em tratamento ativo no momento em quer receberam a dose de reforço da vacina, usando como controlo um grupo de indivíduos saudáveis. Os investigadores observaram que os níveis de anticorpos IgG S (Spike) eram mais elevados nos indivíduos saudáveis, seguidos dos doentes com tumores sólidos e, por último, dos doentes com neoplasias hematológicas. Os resultados demonstraram também que doentes com tumores sólidos, que estivessem a fazer regimes de tratamento de quimioterapia com elevado risco de neutropenia febril apresentavam níveis de IgG S baixos. Em suma, os resultados deste estudo demonstraram que doentes oncológicos apresentam uma resposta imunológica humoral baixa à dose de reforço da vacina contra o SARS-CoV-2, sendo esse efeito mais evidente nos doentes hematológicos. Adicionalmente, a quimioterapia e o risco de neutropenia febril também podem reduzir a eficácia da reposta imunológica. Os resultados deste estudo podem ter implicações significativas para as estratégias de vacinação e proteção dos doentes oncológicos.

 


Júlio Oliveira, Pedro Cruz, Tânia R. Dias, Mário Sousa-Pimenta, Beatriz Almeida, Bruno Soares, Hugo Sousa, Rui Costa, Carlos Ochoa, Francisca Dias and Rui Medeiros

Instituto Portugues de Oncologia do Porto (IPO Porto)/Porto Comprehensive Cancer Center (Porto.CCC), 4200-072 Porto, Portugal


Background: Cancer patients face a greater risk of complications and death after contracting the SARS-CoV-2 virus. Booster doses of the COVID-19 vaccine were suggested to provide additional protection. This study aimed to assess how cancer patients’ immune systems respond to the booster shots and categorize their responses. Methods: We analyzed 735 samples from 422 individuals, including patients followed at the Portuguese Oncology Institute of Porto (IPO-Porto). Three cohorts were recruited, and blood samples were collected 3- and 6-months post-booster dose: cohort 1 cancer patients (also collected before the booster); cohort 2 cancer patients; and cohort 3 (healthy individuals). Humoral immune response was evaluated by analyzing IgG levels against the SARS-CoV-2 Spike (S) protein. IgG levels against the SARS-CoV-2 Nucleocapsid(N) protein was also analyzed in order to address previous contact with the virus. Results: Among Cohort 1 patients with solid tumors, when compared to pre-boost, IgG S levels increased 3 months after the boost and remained high after 6 months. Patients with hematologic tumors demonstrated lower IgG S levels at both timepoints. Comparing the IgG S levels among hematological tumors, solid tumors, and healthy individuals in both timepoints we observed that the healthy individuals had the strongest IgG S response, followed by the solid, and, lastly, the hematologic tumors. Solid tumor patients undergoing chemotherapy had reduced IgG S levels, especially those on high febrile neutropenia risk regimens. Conclusions: In conclusion, cancer patients have a weaker immune response to the SARS-CoV-2 vaccine, especially those with hematological cancers. Chemotherapy and febrile neutropenia risk further reduce booster effectiveness. Further research is needed to optimize vaccine timing for cancer patients undergoing chemotherapy.

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